sexta-feira, 8 de abril de 2016

Lealdade é uma virtude de mão-dupla !



Lealdade é uma virtude de mão-dupla e dependente da comunhão de princípios de ambos os lados da relação.

Se a lealdade for baseada em princípios de honestidade e justiça, a quebra destes por um dos lados libera automaticamente o outro lado.

Se um dos lados rompe com esses princípios, fica liberado da lealdade o outro lado, pois que não há mais a comunhão de princípios entre as partes. Se permanecer a relação de lealdade é porque não houve rompimento dos princípios que a norteiam, ou seja, ambos os lados concordam com os novos princípios assumidos, independente de serem eles virtuosos ou não.

Quando um empresário assume que foi procurado por um político, que lhe pede propina e intima-o a pagar tal propina revestida de uma forma legal, tal qual uma doação ao partido ou ao próprio político, isto tem que ser avaliado pela militância até então leal ao tal político e/ou partido.

Se o militante era leal por comungar de valores de honestidade e justiça, este militante, então, fica liberado dessa lealdade – já rompida unilateralmente pelo político/partido -, mas se mantém essa lealdade é porque concorda e apóia aquela atitude desonesta e anti-ética.

Se um político e/ou partido se alia e se aconselha com um ex-ministro, outrora expoente de uma ditadura e o militante tem entre suas bandeiras o repúdio àquela ditadura e aos seus representantes, rompeu-se o dever de lealdade entre a militância e o político e/ou partido, do contrário haverá incoerência entre a bandeira que levanta e a aliança que apóia.

É sinal de liberdade, de independência, não deixar que se lhe coloquem antolhos, que obriguem a olhar apenas em uma direção, uma direção imposta, não escolhida livremente. É preciso arrancar tal barreira e procurar enxergar tudo em volta. Ter a liberdade do livre-pensar e a firmeza de cortar laços de lealdade com quem não foi leal aos princípios básicos dessa virtude, que é de mão-dupla.