segunda-feira, 24 de agosto de 2015

A arte não pode ser imposta!


   Se você está em um ambiente aberto, sem inconvenientes à arte - a rua, por exemplo - e se depara com um "artista de rua" se apresentando, você pode, se quiser, parar para escutá-lo, apreciar aquela arte e, se for o caso, até contribuir com o artista. É uma opção sua.

    Se você está em um ambiente fechado, com inconvenientes à arte - um vagão de metrô, por exemplo - onde muitos podem aproveitar o tempo de confinação obrigatório para ler, ou rezar, ou meditar, ou refletir sobre assuntos próprios, ou manter uma conversação com outra pessoa e, de repente, se depara com alguém que, sem mais nem menos, começa uma apresentação musical, que querendo ou não, atrapalha as suas reflexões, a sua leitura, a sua conversa, etc, isso é uma imposição de arte.

   E, se essa imposição, além de toda inconveniência a quem não tem como escapar, não optou por assistir , ao final, o "artista" que impôs esse incômodo, ainda solicita uma contribuição financeira, mesmo opcional  ?
Isto não é arte para “alegrar” – como alegam-, isto é comercialização da arte, e incômodo.

   A arte não pode ser imposta. A arte tem que estar disponível, para quem quiser procurá-la e, aí então, apreciá-la e até pagar por ela, quando for o caso.

   -"Ah, os incomodados que se mudem!", dirão os politicamente corretos.
   Mas, os "incomodados" não estavam incomodando ninguém, não estavam em um ambiente optativo, mas sim num transporte público, obrigatório para o seu deslocamento para casa, ou para o trabalho, aproveitando aquele tempo de confinação obrigatória para pensar, refletir, rezar, ler, meditar, conversar com outro, etc, sem incomodar qualquer outro e merecendo não ser incomodado.

    Será que aqueles “politicamente corretos” teriam a mesma posição, se , ao invés de tais “músicos”, fossem grupos de religiosos, ou grupos políticos discursando suas idéias, ou torcedores fanáticos impondo suas preferências, enfim algo do gênero, que atrapalhasse aquela reflexão, aquela leitura, aquela conversa com o outro ao lado ?

   Tudo tem hora e lugar.  A arte é essencial e tem que ser respeitada e estar disponível para quem a busque, assim como o direito de cada um aproveitar o tempo de transporte público obrigatório, sem incomodar aos demais, para poder refletir, ler, meditar, rezar, conversar com outros, enfim, não ser incomodado com imposições de que tipo ou gênero for.

   A arte não pode ser imposta. A arte tem que estar disponível, para quem quiser procurá-la e, aí então, apreciá-la e até pagar por ela, quando for o caso.