segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

É fácil “bater” em cristãos e na religião católica !



     É até bem comum, infelizmente, que pessoas ou grupos que, ou não tem qualquer religião, ou a pretexto de “fazer humor”, ou mesmo que tenham uma religião, sabe-se lá por quê, insistem em atacar cristão e a religião católica, como se isto fosse uma coisa normal ou necessária.

     É fato, também, e isto reforça a tese da covardia, que essas mesmas pessoas ou grupos evitam fazer o mesmo com religiões que tenham, em seu meio, grupos mais radicais.

     Nenhuma religião seja ela qual for, deveria ser desrespeitada. O Papa João Paulo II dizia que “por meio de religiões diversas procuram os homens uma resposta aos profundos enigmas para a condição humana” e no Concílio Vaticano II ficou bem claro que  a Igreja nada rejeita do que há de verdadeiro e santo nessas diversas religiões, pois que há a convicção da existência das assim chamadas semina Verbi (sementes do Verbo), presentes em todas as religiões.  Cristãos e a religião católica crêem que Cristo veio ao mundo para todos os povos. “Ele remiu a todos e tem certamente Seus caminhos para chegar a cada um deles”.

     Mas vou explicar porque é mais fácil bater ou ofender cristãos e a religião católica.

     Antes, porém, é preciso deixar bastante claro que, assim como em qualquer família, em qualquer grupo, em qualquer religião, há pessoas que embora fazendo parte daquela família, grupo ou religião, não respeitam a ética do grupo ao qual pertencem e agem,  totalmente, em desacordo com as “regras” de tais grupos, família, religião.   Tais pessoas   devem ser e tem que ser responsabilizadas totalmente – pelo grupo e pela sociedade -  por seus atos, que por não terem coerência com a ética e as “regras” de seus respectivos grupos não se deve considerar “manchados” tais grupos, famílias, religiões. Disse o Cardeal Bergoglio (Papa Francisco): “Deus é paciente, espera, Deus não mata, o homem se arroga faze-lo em sua representação. Matar em nome de Deus é uma blasfêmia. Matar em nome de Deus é ideologizar a experiência religiosa. Quando isto acontece, aparece a politicagem e surge o endeusamento do poder em nome de Deus”.

      Cristãos e a religião católica tem uma regra principal, que norteia todas as demais e ela diz que : “Amarás o teu Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo” . Daí  principalmente o nosso ânimo em não termos ações vingativas, nunca !  Daí, também, a facilidade com que somos desrespeitados. Podemos e devemos até recorrer a vias judiciais em casos específicos, mas nada além disto. Não é a nossa crença, a violência.

     Cristãos e a religião católica são tolerantes, amam e, portanto prezam, a liberdade em todos os seus aspectos, seja de manifestação, seja de crença, ou de qualquer tipo.  Mas a  liberdade não é isenta de responsabilidade e nunca deve se sobrepor à dignidade de qualquer pessoa, grupo, família ou religião.

     Cristãos e a religião católica não atacam ou ofendem pessoas ou grupos por suas convicções religiosas ou pessoais diferentes da nossa. Nós respeitamos essa diversificação, afinal, para nós, todas as formas de rezar, todas as orações, todas as ações de bem, levam a Deus. Não pode existir nenhum menosprezo a quem não crê e em contrapartida, não deveria existir também, por quem não crê,  a quem crê.

     Como nos ensina aquela nossa regra principal e da qual tudo deriva, nossa crença é no amor, a Deus e ao próximo, por isto somos tolerantes e amantes do próximo, tenha ele qualquer crença ou convicção. Não escarnecemos outras crenças e respeitamos aqueles que não tem qualquer crença. Procuramos ver nas pessoas o caráter, a personalidade, a integridade, a moral, a ética. Queremos o melhor, para nós e para o próximo. Acreditamos no Bem e na inclinação para o Bem, presente em todas as pessoas, crentes ou não.

     Por isto, provavelmente, somos “alvos” fáceis. Mas então por quê isto acontece ?

     Para nós, cristãos, é fundamental – como já disse Frei Betto - “ a busca de Deus pelo caminho da tolerância. Inclusive a tolerância para com aqueles que não buscam Deus, ou negam a existência de Deus, desde que não queiram impor o seu ateísmo aos demais, E é fundamental justamente na pergunta que devemos nos fazer:  Por que o diferente de nós tem que nos ameaçar de alguma forma?  A intolerância é reflexo de você não aceitar o outro como ele é.

     Quem “bate”, ofende, ou “diz que faz humor” aproveitando-se da boa-fé, da tolerância e do espírito libertário de cristãos e da religião católica , é intolerante e em muitos casos o faz de má-fé, mas também porque desconhece o que é a religião católica e por isto, tem medo! 

     Sim, tem medo, e sentem-se ameaçados pelos cristãos e pela religião católica e, por tal, usam o ataque como “arma”  de defesa contra os cristãos e a religião católica.

     Claro, é um erro e vou mostrar, de forma bem simples,  porque não é preciso ter medo de cristãos e da religião católica e nem se sentirem ameaçados.

     Primeiro, claro, pela clareza de nossa “regra de ouro”, ponto máximo e origem de todos os nossos saberes e ensinamentos: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo”.

     Segundo, pela ética cristã expressa no que chamamos de Sermão da Montanha, proferido por Nosso Senhor Jesus Cristo e que nos diz que:

”-
Bem-aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino dos céus!
  -Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados!
  -Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra!
  -Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados!
  -Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia!
  -Bem-aventurados os puros de coração, porque verão Deus!
  -Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus!
  -Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o           
     Reino dos céus!
  -Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e
     disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim. “


     Eis, então, de forma bem simples e reduzida, para fácil compreensão, toda a nossa lei, toda a nossa ética e de onde derivam todos os nossos ensinamentos e, como se pode aprender, não há motivos para sermos temidos. Há temor no desconhecido, então que se lance luz sobre o conhecimento.

     Também por esse conhecimento fica bem simples de reconhecer quem se diz cristão, quem diz representar a religião católica, mas não o faz verdadeiramente, estes, não nos representam.

     Portanto, fiquem tranqüilos e confiantes para nos respeitarem, para entenderem a nossa tolerância e a nossa perseverança na defesa da liberdade e do respeito a todos. Não tenham medo!

     Não é preciso fazer humor à custa do escárnio à crença alheia!
     Não é preciso engrandecer a sua religião à custa da ofensa aos cristãos e à religião católica!
     Não é preciso justificar a sua não-crença por ataques àqueles que crêem!

     O exemplo é uma excelente forma de ensinamento. Quem quer ser respeitado, respeita.

     Paz e Bem.